Para além de já fazerem parte do nosso dia a dia, startups como o Facebook, Airbnb, Uber, Dropbox ou Instagram partilham um factor em comum, e que as tornou em negócios bem sucedidos e lucrativos: Growth Hacking.
Antes que se pergunte, Growth Hacking é um conceito que surgiu dentro do universo das startups e que não é mais do que o processo de pensar em métodos e estratégias “fora da caixa” que permitam que um produto ou serviço se espalhe pelas pessoas certas, o mais rápido possível. Mas vamos a alguns exemplos.
Entre as empresas referidas, talvez o mais espectacular exemplo de Growth Hacking seja da autoria do Airbnb, que utilizou um site popular de classificados, para ir ao encontro de potenciais utilizadores e assim crescer o seu negócio. Aprofundando, a estratégia utilizada pelo Airbnb passou inicialmente por perguntar aos seus utilizadores activos onde é que eles iam para fazer reservas de curta duração e a resposta foi o site Craigslist. Com base nesta informação, a equipa do Airbnb criou um esquema que permitiu ao utilizador, através do Airbnb, postar um anúncio directamente no Craigslist. Este anúncio quando acedido no Craigslist, reencaminhava o utilizador para o Airbnb onde finalizava a sua reserva. O Craigslist demorou cerca de 1 ano e meio até ficar a par do esquema, mas nesta altura o “mal já estava feito”.
Outro exemplo bastante conhecido de Growth Hacking pertence ao Dropbox, cujo crescimento através dos métodos convencionais de marketing foi um total fracasso. Assim, a solução passou por criar um modelo de referenciação que permitiu aos utilizadores aumentarem o espaço de armazenamento da sua conta ao convidarem amigos a experimentar o serviço.
Na altura em que o Instagram surgiu, o principal problema que a plataforma encontrou foi de como motivar os utilizadores a partilhar fotos na sua rede social em detrimento das restantes como o Facebook ou o Twitter. A solução passou por camuflar o Instagram numa aplicação de filtros, permitindo ao utilizador editar as suas fotografias e partilhar instantâneamente nas outras redes. Esta estratégia de Growth Hacking destacou o Instagram da concorrência uma vez que permitiu também “reduzir” o tempo de upload das fotografias, uma vez que enquanto os utilizadores escolhiam o filtro para a foto, já esta estava a ser carregada em background.
O último exemplo de Growth Hacking pertence à rede social mais activa de sempre , o Facebook, que para aumentar o número de utilizadores criou funcionalidades que estes podiam adicionar aos seus sites e blogs, que uma vez alvos de interação conduziam para o Facebook, levando assim a milhões de novo utilizadores para a rede social. Para além deste método, o Facebook também comprou empresas que disponibilizavam serviços na web em países em desenvolvimento, com o objectivo de obter os endereços de email de potenciais utilizadores.
A diversidade de exemplos de Growth Hacking demonstra que não existe uma framework ideal que aumente a probabilidade de sucesso e notoriedade de uma empresa, mas comprovam que o conceito baseia-se no assumir do risco de experimentar novas e criativas abordagens que outros não estão dispostos a tomar, e que uma vez bem sucedidas e divulgadas deixam de ter o mesmo impacto que inicialmente.
Nelson Dias